Plantas georreferenciadas: o que são e para que servem
No fim do século XX, o mapeamento e a delimitação de uma área era feita de forma ainda imprecisa. Assim, se uma família ou empresa precisava executar uma construção, havia poucos recursos para levantar informações sobre rios, árvores, estradas, acidentes geográficos e outros pontos que servissem como referência do local e pudessem interferir na obra.
Nas últimas duas décadas, o grande desenvolvimento tecnológico permitiu a criação de novos recursos para mapear e delimitar áreas com muito mais rapidez e precisão. Um exemplo disso é a elaboração de plantas georreferenciadas, processo de levantamento topográfico capaz de definir com detalhes a localização, dimensão e constituição de um determinado terreno.
O que são plantas georreferenciadas
O método usado para retratar uma parte da Terra esférica em uma superfície plana se dá por Projeções Cartográficas, seja em papel ou tela de computador.
No geral, uma planta é usada quando um imóvel é comprado ou vendido. Assim como quando são feitas quaisquer modificações na estrutura, segundo as etapas estabelecidas por lei.
A partir do processo de georreferenciamento, é possível delimitar as dimensões, limites e características de uma determinada área. Isso é possível a partir da descrição das coordenadas georreferenciadas dos vértices limitantes, definidas pelo Sistema Geodésico Brasileiro.
É necessário contar com a ajuda de profissionais habilitados e qualificados, como Engenheiros Agrimensores, Cartógrafos e Técnicos para elaboração das Peças Técnicas. O georreferenciamento serve para espacializar o desenho em alguma projeção, ou seja, um Datum conhecido (tipo SIRGAS), assim atendendo as Normas do Órgão regulador.
Como são feitas as plantas georreferenciadas
A elaboração de Peças Técnicas das Plantas georreferenciadas é composta por três etapas: levantamento topográfico, processamentos dos dados, e vetorização (Ortofoto/Raster). Todas elas permitem retratar a realidade na planta georreferenciada com as coordenadas conhecidas e produzir a descrição narrativa mais precisa do imóvel.
O levantamento topográfico consiste na representação dos pontos notáveis, acidentes geográficos e outras características de relevo de uma determinada área. Essa representação pode ser altimétrica ou planimétrica e ser realizada em planta ou carta. Já que se trata de localizar e mapear todas as características da superfície de uma área, o levantamento topográfico costuma ser o primeiro passo de qualquer planta georreferenciada.
Já o processamento de informações georreferenciadas é realizado a partir de um sistema que envolve a coleta de informações até a sua edição, análise, visualização e saída, gerando diversos documentos como mapas convencionais, arquivos digitais e relatórios. Essas informações devem prever recursos para o gerenciamento, análise e manipulação do terreno.
A última etapa é a vetorização, processo em que uma imagem é feita de linhas e não de pixels (pontos). Essa técnica permite aumentar ou diminuir o tamanho da imagem sem afetar a qualidade de sua resolução.
O processo de vetorização é fundamental para garantir que se reúna o maior número de informações em um planta georreferenciada sem que isso resulte em um produto mal acabado ou com visualização ruim. A VisãoGeo trabalha com a Ortofoto, tipo de imagem que é corrigida de todas as deformações presentes na fotografia área, evitando que a foto fique com um aspecto distorcido.
Realizadas essas três etapas, você pode ter uma planta em mãos e analisar e antever possíveis percalços antes mesmo que eles surjam e, assim, evitar a necessidade de precisar repetir trabalhos dispendiosos. O planejamento se torna mais fácil, pois você obtém material visual e preciso para se comunicar melhor com engenheiros, empreiteiros, agrônomos, entre outros profissionais envolvidos.
Para facilitar, existem Sistemas de Informação Geográfica (SIG) que analisam e exibem geograficamente as informações referenciadas.
Por exemplo, ao saber a localização geográfica de uma fazenda, padrões do solo e volume de chuva anual, é possível utilizar o tipo de adubo mais adequado para determinado cultivo. Por meio de análises de SIG em locais agrícolas, é possível conhecer os locais de fluxo, elevações e erosão.
Este é um dos usos do SIG, em ciências da terra, biologia, gerenciamento de recursos e em muitos outros campos.
Usos das plantas de georreferenciamento
A importância das plantas de georreferenciamento está na capacidade de transformar imagens em dados para uso em várias circunstâncias. Como vimos anteriormente, imagens aéreas especializadas podem ser usadas para análise de cobertura SIG do solo. A seguir, alguns dos usos de uma planta:
• Criar diferentes imagens necessárias para o mapeamento. Explicar com outros dados, como os pontos GPS se relacionam com as representações.
• Apresentar informações captadas em momentos diferentes e cruzá-las com imagens. Pode ser usada para comparar dados históricos e disponíveis atualmente.
• Mapas diferentes podem usar diferentes sistemas de projeção. As ferramentas de georreferenciamento contém métodos para combinar e sobrepor esses mapas.
• Os dados obtidos num determinado levantamento, podem receber pontos de referências nos mapas topográficos pela plataforma Here.
Além disso, podem auxiliar no planejamento de outras áreas geográficas, como zonas censitárias ou áreas como administração pública ou plano de serviços.
Um exemplo disso ocorre com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que desde 2001 utiliza o georreferenciamento para padronizar a identificação de um imóvel rural no Brasil.
Esse processo é feito a partir do reconhecimento de coordenadas geográficas de uma determinada área, o que pode ser realizado a partir do uso de imagens e mapas. A elaboração de plantas georreferenciadas permitiu a padronização deste levantamento e a adoção de uma metodologia padrão.
Tipos de georreferenciamento
Agora que estabelecemos o que é planta georreferenciada e em que consiste, é importante diferenciar os dois principais tipos existentes: pontos orbitais e controle. Nesta seção, entraremos em mais detalhes para cada um:
Georreferenciamento orbital: Esse tipo de mapeamento de área define as origens do erro geométrico, a rotação da Terra, a curvatura da Terra ou desvio panorâmico, entre outras coisas.
A principal vantagem é que, uma vez que esteja funcionando, não precisa de intervenção humana, embora possa provocar erros nas coordenadas das imagens, se o posicionamento do satélite não tiver a precisão necessária. Existem correções automáticas implementadas para eliminar esses erros intrínsecos e contínuos.
Georreferenciamento de ponto de controle: refere-se a uma série de pontos identificados na imagem. Nessa modalidade, todas as coordenadas são especificadas exatamente para calcular as funções da transformação que melhor se ajusta a cada um dos pontos.
Para que esse tipo de georreferenciamento seja realizado corretamente, é importante escolher os pontos de controle corretamente e também é necessário ter intervenção humana, pois é um procedimento manual.
Vantagens de plantas georreferenciadas
Além de agilizar o processo de reconhecimento e delimitação de uma área e oferecer resultados mais precisos, as plantas georreferenciadas apresentam outras vantagens. Uma delas é a possível valorização do terreno em questão, já que o georreferenciamento o torna mais apto para ser comercializado sem empecilhos. Quem compra um terreno precisa ter informações detalhadas sobre ele e uma planta georreferenciada garante isso.
Outra vantagem é que o proprietário de um terreno que foi submetido ao georreferenciamento tem mais chances de viabilizar um financiamento imobiliário. Nos últimos anos, alguns bancos passaram a incluir o georreferenciamento entre as suas exigências para conceder esse tipo de empréstimo. Por isso, se você vai precisar de um financiamento imobiliário, fique atento a isso.
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