O progresso e a demanda por eletricidade sempre estiveram atrelados. Conforme uma região se desenvolve, a necessidade por energia elétrica também aumenta, uma vez que os fornecedores precisam de energia para produzir e os consumidores passam a adquirir produtos que necessitam de energia, como eletrodomésticos e eletrônicos.
A demanda por eletricidade exige uma infraestrutura para levar a energia da sua fonte até o consumidor. A construção de uma rede de transmissão e uma rede de distribuição de energia elétrica, além de levar energia, também gera emprego, seja no canteiro de obra, na empresa transmissora de energia e de forma indireta, nos fornecedores de materiais, equipamentos e serviços.
Para a construção de linhas de transmissão, tanto na interligação nacional, como para atender a demandas específicas, é necessário realizar o Estudo de Traçado. Por não ser uma atividade simples, que exige estudos preliminares e atividades em campo, alguns desafios podem surgir no processo. Conheça quais são os principais desafios!
O Estudo de Traçado
O Estudo de Traçado para a liberação da Faixa de Servidão de uma Linha de Transmissão é fundamental para estudos específicos, identificando áreas com situações legais que impeçam construção da linha de transmissão, ou com maior propensão a conflitos. O estudo do traçado também serve para levantar dados meteorológicos, geotécnicos e históricos da região para definir a melhor alternativa para o projeto. Esse levantamento é minucioso e proporciona conhecimento do meio físico, biótico e antrópico do local de estudo, buscando o menor custo para o empreendimento e o menor impacto ambiental.
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O Estudo de traçado utiliza imagens aéreas e levantamentos de órgãos como INCRA, FUNAI, DNIT, ANAC, entre outros, consultando também as prefeituras dos municípios envolvidos, para obter plantas oficiais, projetos de loteamento, adutoras e toda a infraestrutura que estão dentro do Corredor Potencial, com a finalidade de compatibilizar as alternativas estudadas.
Os principais desafios
Existem muitos desafios a serem vencidos na etapa do Estudo de Traçado para a liberação da faixa. Isso, pois o estudo pode incluir locais próximos a terras indígenas, aeroportos, assentamentos, unidades de conservação e áreas tombadas pela união. Além desse desafio extremamente burocrático, existem outros, orgânicos, que vamos descrever a seguir.
Menos extensão e evitar deflexões
O primeiro desafio na fase de estudo para escolher o melhor traçado é definir a menor extensão total possível, reduzindo a quantidade de torres, cabos e de materiais e serviços associados. O melhor traçado também deve ser aquele que evite deflexões fortes, porque ângulos agudos entre duas estruturas exigem maiores esforços nas torres e fundações, fazendo-se necessária a instalação de ancoragens mais robustas e caras. Nem sempre é possível traçar percursos retilíneos, por conta da quantidade de travessias e áreas ambientais que geram maior custo.
Solo e relevo ideais
O relevo deve ser muito bem observado na vistoria de campo, para evitar torres com alturas elevadas ou vãos de comprimento reduzido. As linhas de transmissão devem ser construídas com altura mínima de segurança, evitando o gasto desnecessário com material na construção das mesmas. O solo apropriado também deve ser muito bem estudado e escolhido, uma vez que isso pode gerar economia no projeto.
Travessias no percurso
Outro desafio no estudo de traçado para a construção de linhas de transmissão é desviar de travessias no percurso, pois ela deverá passar sobre a linha de transmissão existente, aumentando os custos com materiais. É preciso também desviar o cruzamento dos cabos com grandes obstáculos naturais ou artificiais, como rios, rodovias, ferrovias, pois geram trâmite burocrático para realizar as travessias, além de gastos com estrutura.
Apesar disso, acredita-se que a implantação das linhas de transmissão próximas às rodovias e ferrovias facilita a logística de materiais e equipamentos nos canteiros de obras, assim como dos trabalhadores. Outra vantagem pode ser construir paralelamente a outras linhas de transmissão existentes, pois poderão ser aproveitados os acessos construídos.
Áreas de Proteção Permanente
O estudo de traçado para a construção de linhas de transmissão deve garantir o distanciamento de Áreas de Proteção Permanente e de regiões com fragmentos de vegetações nativas, além de reservas indígenas e aldeias quilombolas.
Impactos na flora
Durante a construção de linhas de transmissão, pode haver impacto sobre a vegetação, através do desmatamento, limpeza de áreas para montagem de torres e construção de praças de lançamento de cabos condutores. O desafio é adotar técnicas para minimizar a remoção da vegetação, como o corte seletivo, que se baseia em remover apenas as árvores de maior porte. Construir torres de sustentação mais altas para elevar os cabos de transmissão acima das árvores é, no entanto, a técnica mais eficaz para o problema, apesar de apresentar um custo mais elevado.
Algumas outras medidas também podem ser adotadas para diminuir o impacto como planejar a conservação de áreas próximas, criar unidades de conservação e compensar a supressão florestal de acordo com o previsto na legislação em vigor.
Impactos na fauna
O impacto na fauna se dá, geralmente, por conta das intervenções na vegetação, uma vez que pode fragmentar o habitat e causar a redução do número de animais e mudança na estrutura das comunidades. Além disso, há também a possibilidade de acidentes com aves por conta da colisão com os cabos das torres das linhas de transmissão, principalmente as aves migratórias em regiões de travessias de rios e áreas inundáveis.
Para minimizar esses impactos, é sugerido resgatar e soltar animais em situações de risco por incapacidade de fuga, resgatar e reabilitar animais com ferimentos para soltura, resgatar e levar para outras árvores os filhotes encontrados no processo e catalogar os animais encontrados mortos, para melhorar as informações sobre a biodiversidade brasileira.
Levantamento fundiário
Dentro do Estudo de Traçado também é essencial fazer um levantamento fundiário, através do cadastro das propriedades abrangidas na faixa, com a situação cartorial e jurídica dos locais. Serve para avaliar e resolver problemas com áreas especiais que requerem mais burocracia para obter autorização,como terras indígenas, aeroportos, assentamentos, unidades de conservação, entre outras.
Construir linhas de transmissão
Agora que você já sabe sobre os principais desafios do estudo de traçado para a construção de linhas de transmissão, é hora de contar com quem há mais de 16 anos cuida de toda a parte fundiária e burocrática desse processo, inclusive com a possibilidade da emissão da DUP! Fale com um consultor agora!